segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pescaria de Lambaris com mosca no Guaíba

Esta é uma pescaria recorrente que faço, sempre que posso. Material #2, linha floating e ninfas. O pesqueiro é próximo a minha casa e oferece condições de pesca com quase todas as direções de vento:


Espécies que mais frequentam o local e que já foram capturadas:

Tambicú ou Branca:



Lambari do rabo vermelho:




Lambari do rabo amarelo:



Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!






Alguns bichinhos que nasceram na bancada de atado...

Amigos, desculpem a falta de assiduidade, mas os horários de trabalho andam apertados.
Algumas isquinhas que nasceram na minha bancada e que trouxe para apreciação dos amigos!


Bubble Divers:





Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!

Tantos streamers, de tantos materiais diferentes... Qual escolher?


Em se tratando de materiais em sua construção, os streamers têm evoluído demais e uma gama enorme de materiais pode ser usada com sucesso. Mas na hora de pescar o principal é atentar para suas cores e maleabilidade do material.
Streamers feitos com materiais muito maleáveis e flexíveis praticamente desaparecem numa água rápida. A força do caudal junta todas as fibras e as cola junto à haste do anzol. Da mesma maneira e seguindo a mesma lógica, materiais muito rígidos quase não trabalham, não pulsam, não dão vida ao streamer em águas calmas.
Para mim o ideal é a participação de um material não apropriado a um apropriado, nas proporções certas, dando uma característica sua a funcionalidade do outro.
Então streamers majoritariamente de pelos rígidos (buck tail, por exemplo) com um colar apenas de material flexível (marabou ou softh hackle) é uma boa combinação.
Mas a dica básica é: material mais rígido para águas rápidas, materiais mais flexíveis para águas paradas.
Para cores vale a dica de cores claras para dias ensolarados e escuras ou fosforescentes para dias escuros. Vale também o mesmo para águas límpidas e turvas. Mas o acréscimo de brilho vale para os dois, principalmente nos flancos dos streamers. Passam a sensação de vivacidade e movimento para as iscas.
Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Talento ou treinamento?

Um tanto dos dois...

O talento nato realmente é genial e fácil de se perceber, em qualquer prática. No flyfishing, o arremesso sai sem esforço. A vara de pesca parece uma extensão do seu braço. O loop se desenrola perfeito e a mosca cai onde e como ele escolheu.
Mas não se engane. Nada é tão fácil assim e atrás deste talento todo há muitas horas de casting, correções e aprimoramentos.
Não sou amigo, mas conheço pessoalmente o Ronaldinho Gaúcho e sei de sua história. Sei sobre a vida particular dele desde criança, pois sou de bairro vizinho ao de sua origem. E sei que quando guri ele não só dormia com a bola como acordava e passava o dia todo com ela. Com espaço limitado dentro de seu pátio, brincava com a bola em espaços curtíssimos e driblava seu cachorro, seu ferrenho marcador nas brincadeiras de jogar.





O talento é volátil, se esvai sem a prática. E a prática dirigida, intensa e regular, muitas vezes supera um talento mal cuidado.
Fui instrutor de tiro e afirmo que posso fazer com que qualquer pessoa sem deficiência visual severa ou complicações motoras, acertar um alvo com precisão. Mas não posso fazer um atirador perfeito. Um atirador perfeito é feito de talento, instinto, bom equipamento e muito treino diário e intenso.
Por exemplo, podemos fazer do ato de se afiar uma faca uma coisa simples, de cinco minutos, ou posso fazer deste ato uma forma de arte, usando pedras naturais de diversas granulações, com inclinações de lâmina graduais, finalizando com um legítimo polimento de fio, capaz de barbear sem esforço.
Através do treino intenso se pode revelar um talento ocluso, mas um talentoso preguiçoso está fadado à mediocridade.





Há quem diga que talento é quando o preparo cruza com a oportunidade. Sabemos que não é bem assim, tem vezes que a oportunidade simplesmente não aparece, mas podemos ser mais bem preparados e criarmos uma situação de oportunidade.
No caso do flyfishing ainda se soma a isso um bom tanto de instinto, um “feeling”, que sempre faz a diferença.
Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Relato II (Orange&Partridge)

"Caminhávamos eu e alguns amigos, subindo lentamente o Rio Silveira, partindo do ponto de pesca mais próximo a Pousada Potreirinhos, isso já do meio da tarde para diante.
E ia eu falando sobre a vida, meus problemas daquela época, quando chegamos a um “passo”, que normalmente devido à altura do rio, é um lugar inviável de se pescar, e que naquele dia, oferecia um cenário e condições maravilhosas de se tentar ali uma truta. Juncais em ambos os lados do rio, logo depois de uma curva, e águas com uma boa profundidade, junto a uma sedutora calmaria.
Convidei então o amigo para alguns pinchos, o que ele recusou, já um pouco cansado da caminhada. Preferiu ficar sentado em uma pedra a me observar. Alguns outros se adiantaram mais à frente, buscando outro ponto de pesca.
Tirei então minha mosca do porta-anzol da vara #6 que estava usando. Era uma Orange & Partridge, que no começo da caminhada, quando a uni ao meu tippet, foi duramente criticada por um outro amigo, por ser muito pequena e com hackle muito esparso, com cerca de uma volta apenas de partridge. 


Bem, puxei um pouco de linha para fora, com um roll cast a estiquei um pouco adiante, puxei um tanto mais de linha, fiz uns dois false casts esticando-a no ar, e depositei a mosca suavemente junto aos juncos da margem esquerda, já um tanto mais a minha frente. Depois de esperar alguns segundos para que a delgada mosca afundasse um pouco, comecei a recolher lentamente. No segundo gesto de recolhimento, uma truta grande me surpreende e toma decididamente a mosca. Gesto reflexo eu levanto a ponta da vara e a fisgo. Lutando muito embaixo dágua, logo salta algumas vezes. Nisso meu amigo já está de pé vibrando ao meu lado e o que tinha se adiantado com o resto do grupo e criticado minha mosca, já voltava correndo e assistiu eu estender o braço e recolher a grande truta arco-íris macho em meu net. 


Sorte maior, ele estava com a máquina fotográfica e fez várias fotos minhas com a truta e, principalmente, soltendo-a! 


Ato contínuo, me perguntou da mosca usada... E eu lhe mostrei a pequenina Orange & Partridge do começo da caminhada e ele quase se jogou na água.
Bom, já era fim de tarde e eu estava plena e absolutamente “pescado”."

Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Margens de Erro e Aplicação das Técnicas

Primeiro, gostaria de avisar que a grande maioria das coisas que escrevo sobre pesca com mosca não são coisas que inventei ou descobri. São informações colhidas sobre esse assunto, que é minha paixão, o flyfishing, de muitas origens e algumas muito antigas. Algumas sim são considerações pessoais e particulares que divido para que talvez possam servir de ajuda a outro pescador, ou não. Durante 15 anos colhi textos, livros, vídeos, relatos, técnicas, especificações, estudos com alguma coisa a ver com a pesca com mosca.


Então sempre foi buscado escrever, por muita gente, o ideal para uma pescaria de sucesso. Mas isso não garante absolutamente nada. Há relatos de muitos pescadores, alguns de fama mundial, sobre lições dadas por pescadores muito humildes e de recursos realmente escassos a pescadores trajados e equipados de grandes marcas e grifes, com 3 varas montadas e 30 caixas com centenas de moscas. Mel Kriger cita um caso desses no seu DVD de 40 anos de Patagônia.


A sorte ajuda? Ajuda muito. E a sensibilidade? Tanto quanto. Tem dia que faremos absolutamente tudo certo e nenhuma captura. E tem dia que improvisaremos tudo e voltaremos com a foto do nosso troféu, recorde de nossa vida. Mas a verdade é que as probabilidades aumentam muito se aplicarmos e aliarmos nossa técnica e conhecimento a nossa sorte e sensibilidade. E sempre um dia no rio será um dia maravilhoso, independente de tudo.
Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Porque de se pescar rio acima (up stream)?


Bem, na verdade são muitos os motivos:

Um é que a truta está parada no rio, de frente para a correnteza. É assim que ela respira e se alimenta com comodidade.

Depois é que nessa posição, chegamos por trás dela, único ponto cego absoluto na sua visão. Normalmente quando as trutas nos vêem, fogem.

Quando pescamos rio acima, deixamos à parte “pisada” do rio para trás. Ao nos deslocar-mos vadeando, levantamos sedimentos do leito do rio e isso atrapalha a alimentação e principalmente a respiração da truta. E ela por este incômodo, muda de lugar.  Então o melhor meio é caminhar sempre rio acima, pois assim só levantamos sedimentos ao tramo já pescado.


Manter a linha sob controle é muito mais fácil up stream. Quando pescamos em runs em outra posição técnica, a linha tende a ultrapassar a mosca, espantando a truta. É possível controlar a linha rio abaixo, mas não sempre por completo. Mesmo quando evitamos que a linha ultrapasse a mosca, ela estará fora da possibilidade de fisgada imediata, pois haverá muita linha a deriva (barriga). Rio acima é só ir recolhendo o excedente de linha, ao passo que a corrente nos trás a mesma.



Outra vantagem é poder escolher o campo de briga. Se pescarmos numa corredeira abaixo e fisgamos um peixe, mesmo que ele quisesse não conseguiria vencer a corredeira e correr em nossa direção. Sempre corre rio abaixo e nós ficamos sem poder refrear seu intento e nem trazê-lo as mãos. Descer a corredeira em sua direção, controlando linha, corrida do peixe, pedras e onde se pisa me parece muito arriscado.

Sim, existem diversas outras técnicas de pesca eficientes, mesmo para mosca seca, mas não tanto quanto a up stream. Mas mesmo assim, o deslocamento ideal é sempre rio acima.

Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!