terça-feira, 5 de agosto de 2014

Lastro (peso) em Moscas


Todos os detalhes de componentes da montagem de uma mosca têm sua razão de ser e aceita poucas improvisações.
Os materiais escolhidos assim o são não apenas por estética, mas também e principalmente por características de comportamento que, obviamente serão repassados a mosca.
Mas não é só isso. Também a sua distribuição ao longo do corpo da mosca influencia e determina sua ação e comportamento.
Aqui falaremos nesta oportunidade de peso (lastro) em moscas e a ação/comportamento por ele determinado.
Normalmente e erroneamente muitos “atadores” apenas aplicam peso de um tipo em substituição a outro diferente, sem critério algum. Exemplo: enrolam um fio de lastro por toda a extensão do corpo da mosca em lugar de uma cabeça pesada (bead head, halteres, chains eyes, etc.). Isso apenas atribui à mosca um peso, mas modifica completamente a ação que o peso original conferiria a isca.

Claro que estas ações serão atenuadas ou potencializadas pelo peso específico maior ou menor, tamanho de anzol, materiais outros usados na confecção da mosca, ritmo e velocidade de recolhimento, movimento de ponta de vara e força da correnteza (e até a ausência desta, nos cursos de água parada, lagos, açudes e remansos). Isto por muitas vezes irá determinar o ataque ou não do peixe, conseqüentemente a efetividade da mosca.

Outras influências e conseqüências do lastro são a compatibilidade com a categoria (número) e ação (dureza) das varas.

Também há a combinação de moscas lastreadas ou sem lastro, tipos de linha (floating, intermediate, sinking tip e full sinking) e líderes (comprimento e afunilamento).

Cada combinação escolhida trará comportamentos diferentes aos conjuntos, potencializando-os, atenuando-os ou até anulando-os. Só para exemplificar: se usamos uma linha floating, num local fundo, com líder curto, mesmo com mosca bem lastreada, esta não chegará ao fundo. Já numa água mais rasa a isca tocará no fundo, mas com o recolhimento e toques de ponta de vara a isca subirá a cada movimento, num desenho tipo gráfico e não virá trabalhando sempre no fundo.
Outro uso de lastro é diretamente no líder, com chumbo esfera fendido. Neste caso a mosca sem lastro tenderá a se mover acima do chumbo, que arrasta no fundo. São os ditos rigs tão conhecidos na pesca com soft baits.

Enfim, há tantas configurações e combinações quanto há circunstâncias específicas de uso. Pode o pescador menos experiente achar que tão pequenos detalhes não são importantes, mas o pescador experiente sabe que um mínimo detalhe faz com que a truta rejeite o engodo. Tudo é circunstancial.

Alguns cuidados devem sempre ser observados. Um cone head grande, impulsionado pela ação da vara, torna-se um projétil. Caso haja um choque contra a haste da vara causará um dano sério, se não de imediato, a vir com o tempo. Sim, uma provável fratura e a conseqüente quebra da vara, num novo esforço. E é lógico, o risco contra a integridade física do pescador. O uso de óculos, lenço e cobertura não é nenhum exagero.
Também devemos considerar o arrasto na água quando no momento do pick up. Faça-o com moderação, maior ainda se com o uso de uma linha sinking tip ou full sinking, que por si só já ensejam cuidados.

Façam suas escolhas dependendo da profundidade, altura de ação dos peixes na coluna de água, comprimento e afunilamento de líder, tipo de linha e tipo de lastro em suas moscas. Sempre com critério e bom senso. O tempo e a experiência vão lhe mostrar quais os mais adequados para cada lugar e circunstância.

Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!


sábado, 2 de agosto de 2014

Aprendendo Com os Robalinhos



Com poucas informações sobre a pesca local, Balneário Camboriú, fui olhar o local e as ações dos peixes. O que me passaram é de que no local se pescava muito espada, à noite. Passeando no pesqueiro realmente pude ver o pessoal pescando com isca natural e bóia luminosa. Fotos e relados na internet davam conta da incidência de espadas muito grandes pegos lá. Lógico que no fly, descobrir as moscas certas, a época correta, enfim, descobrir como se pesca com fly no local, euteria que estudar um tanto ainda. Mas fiquei e feliz observando os ataques de peixes maiores as manjubinhas que surgiam em pequeninos cardumes, eventualmente.
No outro dia montei meu material #6, líder com shock tippet de cabo de aço (espadas tem dentes agudos e poderosos) e streamer, e fui à luta. Posicionei-me nas pedras, a favor do vento para ajudar, e arremessei. Após alguns arremessos faço minha primeira captura. Surpresa total! Um robalinho que não se intimidou com a mosca grandinha para seu tamanho e nem com cabo de aço, surgiu como um raio e abocanhou a mosca. Um amigo (que não pesca e duvidava que de cara eu pegasse algo) fotografou surpreso o pequenino trick.




Feliz, mas sabendo que o equipo estava montado errado para esse peixe e circunstância, voltei pra casa pensando nas pescarias seguintes. Mesmo assim Deus ajudou e fiz minha primeira captura de robalo no fly e a noite. Dois fatos inéditos para mim. Mas muitas capturas e descobertas ainda viriam nesta ótima estadia em Santa Catarina!
Abraços mosqueiros e linhas sempre tensas!!!