terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um pouco de arte...

Todos nós que somos pescadores a mosca e esportivos admiramos a fotografia. Nossos troféus estão em molduras (parece que falo como o personagem que quero lhes apresentar), digo, em nossos computadores, descansos de tela e lotam nossos hds. 
Gostaria de lhes apresentar (e para os que já o conhecem, relembra-lo) Luis Marden. Essencialmente e originalmente fotógrafo. Excelente fotógrafo. Mas dizer isso, perto de quem ele foi e do que ele fez, é dizer quase nada.



Explorador, inovador, escritor, aviador, mergulhador, artesão connoisseur, lingüista, botânico, lexicógrafo, bibliófilo, repórter, contador de casos...
Autodidata de conhecimento enciclopédico, Luis Marden expandiu sua educação ao longo dos 64 anos de carreira na National Geographic. Fotógrafo e escritor talentoso, ele mudou a maneira como a revista abordava o mundo.
Ele mergulhou com Jacques Cousteau e foi pioneiro em fotos submarinas coloridas em 35mm. Descobriu espécie de orquídea brasileira que leva seu nome em sua homenagem, assim como leva também seu nome uma espécie de pulga marinha, um minúsculo crustáceo. Chega? Mas tem mais...
Qual de nós não ficou maravilhado, quase hipnotizado com uma foto de capa da National Geographic que retratava uma afegã refugiada de guerra? Saiu uma edição especial da NG só sobre esta foto. Aquele colorido dos olhos, a textura do véu e a expressão do seu rosto só se materializaram em foto graças à película Kodachrome, apresentado a chefia da NG em 1936 por ele, já vendo o futuro da foto colorida.
Indico a leitura completa da edição de Novembro de 2000 da National Geographic com uma maravilhosa reportagem sobre esse fabuloso personagem, com fotos e aventuras. Mas quero lhes falar da “parte que nos toca”:
Luis Marden, além de tudo isso, era pescador. E pescador a mosca, de trutas sim, mas de tantas outras espécies também. Em todas as suas viagens arrumava um tempo e saia a pescar em qualquer poça de água que encontrasse.  Sua casa tinha nome, “Salvelinus Fontinalis”, “o mais belo de todos os peixes que nadam” disse ele, e eu assino embaixo.
Mas tem mais...
Seu colega editor Charles McCarry perguntou a um monge budista, no Japão, sobre o bambu cultivado em seu jardim, o monge achou estranho que McCarry não houvesse economizado a viagem perguntando aquilo ao seu colega Luis Marden. “Aqui no Japão chamamos Marden-san de Doutor Bambu”, comentou. Sim, ele cultivava bambu porque era rod maker e de varas de bambu. Isso além de comprar as melhores varas de pesca de bambu que encontrava. Na última contagem estava com mais de 50 varas de bambu cortadas, prontas para serem montadas.


Luis Marden era um artista. Um visionário que amava o que era bom e se aprofundava em tudo o que fazia.
Esperam que tenham gostado e que busquem mais sobre este pioneiro.
Saudações mosqueiras e linhas sempre tensas!

P.S.: Este pequeno texto foi inspirado ao olhar um vídeo de um pescador brasileiro na internet dizendo que havia descoberto as Ilhas Fiji para a pesca esportiva e lembrei que Marden já havia estado, morado e estudado as Ilhas Fiji, seus habitantes e costumes e, claro, pescado.

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