A bonita loira,
carioca, foi acordada às 06h30min da manhã realmente fria dos Ausentes.
Persuadida a se enfiar num macacão de neoprene impermeável, se viu um pouco
mais tarde com a água do Silveira acima dos joelhos, ainda quase dormindo.
Embora a paisagem alucinante, o ar puro e a água límpida já fossem argumentos
suficientes, ela não se conteve e indagou:
- O que é que eu
estou fazendo aqui?
Se os encantos
naturais não bastaram, qualquer simples argumento também não bastaria. Só lhe
respondi:
-Tu já vais entender...
Mosca no tippet,
linha no ar, já estou pescando. Difícil estimar quanto tempo se passou entre
esse breve diálogo e a captura, mas logo em seguida a carretilha denunciava a “doce
batalha”, aos gritos. Travo uma luta dura, justa e limpa com uma linda truta
arco-íris que logo se mostra de corpo inteiro no ar... Os olhos da moça
brilhavam.
Pacientemente trago o peixe para perto de nós e começo a orientá-la:
-Molhe as mãos... Vou
trazê-la até ti e tu gentilmente a pega... Calma...
Ela hesita, chega a
tremer... A truta é linda, bem grande e forte. A enorme truta fêmea nas mãos da
bela moça... Ela contempla a beleza pulsante, viva, da maior arco-íris do
Silveira que já capturei. Sua mão direita atrás das nadadeiras peitorais, e sua
mão esquerda próxima às nadadeiras anais. E entre elas um bom espaço, sobrando
cabeça à frente e boa parte da cauda atrás.
Eu nem ponho as mãos nela, retiro a mosca e oriento a soltura:
-Agora, a melhor
parte: a reponha na água e a movimente para frente e para trás... Quando estiver
pronta ela lhe dará o sinal: um movimento de cauda mais forte... Agora... pode
soltar...
E lá se foi a bela
para o fundo do rio, deixando a outra bela feliz, realizada e... Agora
entendendo tudo!
Um dos maiores
prazeres que o fly já me deu, poder proporcionar emoções dessas para outras
pessoas.
Cátia, um grande beijo!
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