domingo, 22 de julho de 2012

Belas...



A bonita loira, carioca, foi acordada às 06h30min da manhã realmente fria dos Ausentes. Persuadida a se enfiar num macacão de neoprene impermeável, se viu um pouco mais tarde com a água do Silveira acima dos joelhos, ainda quase dormindo. Embora a paisagem alucinante, o ar puro e a água límpida já fossem argumentos suficientes, ela não se conteve e indagou:
- O que é que eu estou fazendo aqui?
Se os encantos naturais não bastaram, qualquer simples argumento também não bastaria. Só lhe respondi:
-Tu já vais entender...
Mosca no tippet, linha no ar, já estou pescando. Difícil estimar quanto tempo se passou entre esse breve diálogo e a captura, mas logo em seguida a carretilha denunciava a “doce batalha”, aos gritos. Travo uma luta dura, justa e limpa com uma linda truta arco-íris que logo se mostra de corpo inteiro no ar... Os olhos da moça brilhavam.
Pacientemente trago o peixe para perto de nós e começo a orientá-la:
-Molhe as mãos... Vou trazê-la até ti e tu gentilmente a pega... Calma...


Ela hesita, chega a tremer... A truta é linda, bem grande e forte. A enorme truta fêmea nas mãos da bela moça... Ela contempla a beleza pulsante, viva, da maior arco-íris do Silveira que já capturei. Sua mão direita atrás das nadadeiras peitorais, e sua mão esquerda próxima às nadadeiras anais. E entre elas um bom espaço, sobrando cabeça à frente e boa parte da cauda atrás.



Eu nem ponho as mãos nela, retiro a mosca e oriento a soltura:
-Agora, a melhor parte: a reponha na água e a movimente para frente e para trás... Quando estiver pronta ela lhe dará o sinal: um movimento de cauda mais forte... Agora... pode soltar...
E lá se foi a bela para o fundo do rio, deixando a outra bela feliz, realizada e... Agora entendendo tudo!
Um dos maiores prazeres que o fly já me deu, poder proporcionar emoções dessas para outras pessoas.
Cátia, um grande beijo!

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